Participar do Projeto de Estudo e Pesquisa envolvendo Reabilitação Intestinal HC FMUSP nos pacientes de Lista de Transplante do Aparelho Digestivo, me fez conhecer vários universos, na própria instituição e em todo o processo. Conhecer a "papa" da Reabilitação Intestinal Laura Matarese * foi sem duvida um momento épico... e quanta generosidade da parte dela ! Acreditem até agora quando preciso me reportar a ela ..o retorno e tão breve que parece que estamos em salas ao lado trabalhando ...ela é fantástica !! O intercambio de aprendizado e algo fascinante ...
Um dos pilares da Reabilitação Intestinal é a Nutrição Parenteral .
Entende-se por Nutrição Parenteral (NP) a administração de nutrientes através de via venosa periférica ou central ( a osmolaridade da solução é determinante para a via de administração), permitindo assim a manutenção da homeostase, já que as calorias e os aminoácidos necessários são supridos.
Classicamente indica-se a via parenteral para terapia nutricional quando há contra-indicação absoluta para o uso do trato gastro-intestinal (fistulas digestivas de alto débito, pancreatite na fase aguda, íleo paralítico prolongado, fase inicial de adaptação nas síndromes de intestino curto, etc). Também se utiliza a NP se o trato gastro-intestinal não está tolerando receber todo o aporte calórico-proteico indicado, paralelamente à Nutrição Enteral (NE) ou Via Oral (VO), mediante cálculo adequado do aporte das duas vias.
A indicação adequada, a manutenção dos controles bioquímicos, clínicos e antropométricos permitem diminuir as complicações infecciosas, metabólicas ou de infusão.
Vias de administração:
Periférica
A utilização das veias superficiais exigem soluções de osmolaridades baixas, no máximo de 800 mOsm/l. Consequentemente, o aporte oferecido por essas soluções serão bem menores que as necessidades protéico-calóricas, salvo pacientes com menos 45 quilos. Assim, enquanto suporte único, são insuficientes e devem ser mantidos por não mais que 7 dias, com o risco de desnutrição se mantido por tempo maior.
Está indicada para pacientes que não suportam todo o aporte calórico-proteico calculado pela via oral ou enteral, ou para pacientes com risco de desnutrição que necessitem jejum por dias consecutivos, como ocorre frequentemente com pacientes em estadiamento oncológico.
Utilizam-se as veias antecubitais e a veia cefálica. Deve-se examinar diariamente o
local da punção, observando sinais inflamatórios. O acesso deve ser trocado a cada 72 horas pelo menos, para evitar ocorrência de flebites.Como para a via central, o acesso deve ser exclusivo para NP, não sendo admitido a infusão concomitante de medicações ou outras soluções pela mesma via.
Central
Várias técnicas e tipos de cateteres são utilizados para administração de NP, todos necessariamente com a extremidade distal à nível de veia cava superior, o que torna possível a administração de soluções de alta osmolaridade sem risco de tromboses pelo alto fluxo sanguíneo garantido nesta posição. O cateterismo venoso central traz consigo riscos inerentes ao procedimento e ao local puncionado (pneumotórax, hemotórax, hidrotórax, laceração da veia puncionada,embolia gasosa, arritmia cardíaca, lesão do ducto torácico, etc) e à manutenção do cateter (sepse relacionada a cateter, trombose venosa profunda).
A dissecção venosa periférica também pode ser utilizada em casos especiais (distúrbio de coagulação, plaquetopenia, insucesso na punção venosa) , lembrando sempre que a posição da extremidade deve ser central.
A técnica de passagem do cateter deve ser rigorosamente asséptica, com paramentação cirúrgica conforme preconizado pela CCIH. É necessário Rx de tórax confirmando a posição do cateter antes de se iniciar a infusão da NP.
A via de administração é obrigatoriamente exclusiva para NP, e idealmente virgem.
Atenção para o controle laboratorial e clínico diário orientado anteriormente. Como se trata de uma via de nutrição extremamente artificial, os riscos de complicações metabólicas são maiores que com a NE, e a vigilância deve ser redobrada.
* Laura Matarese :
Dr. Matarese is Associate Professor in the Division of Gastroenterology, Hepatology and Nutrition
at Brody School of Medicine, and Associate Professor in the Department of Nutrition Science at East Carolina University in Greenville, NC. Previously she was the Director of Nutrition at the Intestinal Rehabilitation and Transplant Center, Thomas E. Starzl Transplantation Institute, and an Assistant Professor of Surgery at the University of Pittsburgh School of Medicine. Before that Dr. Matarese helped develop the intestinal rehabilitation
program at the Cleveland Clinic. She has more than twenty-eight years experience in nutrition support, education
, and has been an Oley Foundationtrustee since 2008.



Dr. Matarese has written over 150 books, chapters, manuscripts, abstracts, and videos (including several articles for theLifelineLetter). She has lectured extensively, both nationally and internationally, and has spoken at several Oleyconferences. Dr. Matarese has held numerous positions within the American Dietetic Association and the American Society for Parenteral and Enteral Nutrition; has received numerous awards; and is currently President of the National Board of Nutrition Support Certification. She is devoted to improving the quality of life for patients with intestinal failure as well as making enteral and parenteral nutrition safe and effective.
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